Rembrandt concede especial atenτπo a este gΩnero entre os anos 1640 e 1655. Suas paisagens protagonizarπo telas, desenhos e gravuras. De qualquer forma, o volume de obras dedicado a este tipo de motivos Θ bastante reduzido se se compara com o que ele ocupa com o retrato e temas bφblicos. Isso nπo significa que sua contribuiτπo a esta temßtica nπo seja relevante, muito pelo contrßrio.
Nesta vista panorΓmica, o artista concebe uma visπo da natureza bastante idealizada. Da imagem transcende calma, equilφbrio, serenidade. Certos elementos da composiτπo evidenciam o conhecimento das obras de Ticiano e Carraci. Tal Θ o caso da ponte arqueada, que costuma aparecer com freqⁿΩncia nas paisagens destes mestres italianos. O holandΩs escolheu a realidade como fonte de inspiraτπo. Mas nπo a retrata com fidelidade. Ele prefere evocß-la com uma grande dose de imaginaτπo e de romantismo.
AN┴LISE T╔CNICA E ESTIL═STICA
A composiτπo deste quadro destaca-se por sua extraordinßria delicadeza. Nπo hß que se esquecer que este gΩnero pict≤rico Θ um dos preferidos do gosto holandΩs. O artista conduz sua tΘcnica com uma execuτπo espontΓnea. Ele prefere restar importΓncia α minuciosidade, buscando um impressπo homogΩnea do conjunto. A inclusπo da ponte concede um encanto singelo ao quadro. A figura humana fica relegada a favor da recriaτπo da paisagem natural. Nπo se trata da imagem realista. O elemento fantßstico tem, neste caso, um papel importante. A tΘcnica empregada enlaτaria com as experiΩncias da paisagem clßssica italiana. O colorido Θ suave, matizado por uma iluminaτπo que nπo busca o efeito dramßtico. Rembrandt emprega a tΘcnica do modelado para criar uma sensaτπo de atmosfera quase tangφvel. A dφvida com a arte de Leonardo e de Ticiano Θ incontestßvel. Com esta sutil aplicaτπo tonal se consegue que os diferentes elementos da paisagem se integrem sem brusquidπo alguma. Nπo se emprega um desenho preciso. A pincelada se faz leve e flexφvel acompanhando o modelado na criaτπo de um ambiente dißfano e sereno.
INTERPRETA╟├O
Esta obra representa eficazmente uma das duas tendΩncias que se pode apreciar na obra paisagφstica de Rembrandt. Em desenhos e gravuras, ele opta por uma representaτπo realista da natureza. Nπo acontece a mesma coisa com os ≤leos. Neste caso, o holandΩs realiza uma sΘrie de composiτ⌡es marcadas por uma grande dose de idealizaτπo. A estΘtica dos 17 quadros dedicados α paisagem Θ condizente com as manifestaτ⌡es pict≤ricas da Arte Clßssica italiana. Lastman, seu mestre, introduzira Rembrandt nesta corrente pict≤rica, durante sua juventude. Pontes, ruφnas antigas, castelos e igrejas coroam colinas fantßsticas que acompanham vales e planφcies. A natureza adquire nesta tela certas conotaτ⌡es de tipo espiritual. Da tela transcendem harmonia, calma e atemporalidade. A pincelada suave se recria na confecτπo de uma natureza buc≤lica. Os Γnimos do pintor ficam plasmados no quadro, evocando-se uma paisagem sem pretens⌡es de alcanτar a realidade material. A iluminaτπo tΩnue e a suavidade da cor sπo elementos decisivos no resultado final desta delicada composiτπo.